Como fazer misto quente com pão duro de forma rápida e outras dicas pra aproveitar pão velho

Neste artigo, vou ensinar como fazer misto quente com pão duro de forma rápida, além de compartilhar outras dicas, uma aproveitar pão velho e outra para conservá-los novos por mais tempo.

As dicas servem para tanto pães franceses quanto os de formas tradicionais. Não sei se servem para outros tipos de pães feitos com grãos não sei das quantas, integrais e tal.

P.S.: O termo “Pão-duro” vem exatamente de pão duro. E sim, sou sovina mesmo.

Fazendo misto quente com pão velho com a ajuda do micro-ondas

Através deste método, o seu misto talvez não será dos mais bonitos, mas fica maleável suficiente para você usar na sua misteira predileta (elétrica ou no fogão), sem esfarelar ou quebrar e o sabor é o mesmo. É algo bem prático e até bobo de fazer, mas como eu odeio desperdiçar comida e tudo anda encarecendo, acho que vale a pena ensinar e arquivar aqui, até mesmo pro caso de eu esquecer o procedimento.

Antes de mais nada, existem jeitos menos avacalhados de reaproveitar a parada, mas o bom deste esquema é que é bem prático, ideal para quando você está queimando massa magra de tanta fome e não tem aqueles pão murchos do dia anterior e nem tempo para fazer torrada, canapé, farinha de pão para fazer bife à milanesa etc. Dependendo de quão boa for sua misteira, fica pronto em 5 minutos.

O primeiro passo é pegar um pão duro e verificar se não está mofado, pra você não morrer aí e depois ficar chorando e tal. Se tiver de boa, pegue um pouco de água e molhe o pão uniformemente. Não precisa de encharcar, é só umedecê-lo bem. Se tiver um borrifador, melhor ainda. O pão duro fica assim pois está desidratado, então precisa corrigir isso adicionando água. Mas até aí você vai reparar que ele vai ficar todo melecado, com aspecto nojento e só galinha que vai querer comer isso. Dependendo de quão seco ele está, deixe um tempo para a água penetrar mais nele.

Agora, você terá que dar um jeito nisso, e vai começar pegando o pão já umedecido e coloca num prato e mete no micro-ondas por uns 20 a 40 segundos. Pode ser que precise de adicionar mais água ou deixar um pouco mais de tempo, dependendo de quão seco o pão estava. Mas aí não tem regra exata, tem que ser no olhômetro e ao seu gosto, basta só ficar esperto pra não passar do ponto e virar torrada no próprio micro-ondas.

Retire o pão do micro-ondas com cuidado, pois ele vai ficar quente pra baralho e pode ferir suas mãozinhas delicadas de vereador. Repare que ele está bem mais maleável que antes. Aliás, têm vezes que nem precisa de colocar água que o pão já dá uma amolecida no micro-ondas, mas basta ele esfriar que endurece de novo. Depois, abra o pão e recheie-o do jeito que quiser. Se preferir, pode usar uma faca de serra para abrir o pão antes de colocar no micro-ondas pra evitar o vapor quente que sairá dele depois de aquecido, mas isto pode esfarelar a parada e tornar inviável para montar o sanduíche depois.

Pode-se dar mais uma borrifada de água antes de colocar na misteira ou, se usar aquelas de fogão, que são mais fáceis de abrir durante o processo, dar mais umas molhadinhas enquanto você assa ele. Vá testando a quantidade de água que achar necessária para amolecer o pão do jeito que você quer.

Até aí, o pão ainda vai estar meio gosmento e zuado para comer. É por isso que vale a pena o misto quente, especialmente se você passar uma manteiguinha ou um azeite por fora antes de assar, o que deixará a casca crocante e gostosa novamente. Quando terminar, o seu sanduíche vai estar pelo menos bastante parecido com um misto normal feito com pão velho murcho de ontem (que é muito bom, diga-se de passagem).

Salvando pão duro no forno comum

O Bologna bem lembrou que tem um jeito mais “fino” de salvar o pão duro que é no forno. O procedimento é similar, mas você não precisa de fazer misto quente, pois o pão fica parecendo quase que está novo.

Para isto, basta umedecer o pão da mesma forma, mas levá-lo ao forno comum, deixando um tempo suficiente para ele não queimar. O ruim deste método é que demora mais um pouco e nem sempre vale a pena ligar o forno pra aquecer apenas 1 ou 2 pães. Um forninho elétrico ajuda, mas tem que ficar de olho na potência e no tempo pra não deixar queimar.

Melhor modo de conservar pão: congelando

Por fim, vou compartilhar a melhor dica pra você conservar pão e deixá-lo novo por mais tempo, embora demore um pouco também pra ficar pronto por utilizar o forno e necessita de espaço no congelador. Isto não é nem novidade também, mas vamos lá: pegue o pão novo e deixe bem fechado no congelador pra não pegar cheiro de nada. Quando você precisar de consumi-lo, basta levar a quantidade desejada ao forno por alguns minutos que ficará parecido com aquele pão novo e quentinho que às vezes a gente encontra na padaria. Desta forma você consegue manter o pão novo por muito mais tempo, evitando não apenas de endurecer, mas também de mofar.

Meu tio diz que dá pra descongelar no micro ondas que fica bom também, mas eu não tentei ainda. Vou fazer o teste e, qualquer coisa, atualizo o post com os resultados.


Enfim, é isso aí. Mais uma dica simples, mas que pode salvar a pátria pra quem tá com fome, mas não tem tempo e nem muitas habilidades de cozinha.

Aprenda a fazer o legítimo Frango Grelhado à Criolla com esta receita peruana

Aprenda a fazer o legítimo Frango Grelhado à Criolla (Pollo a la Braza a la Criolla) com esta receita peruana. Eu vi alguns supostos modos de preparo deste prato em sites brasileiros, mas estes não têm nada a ver com esta que eu estou arquivando aqui, e, como foi enviada por nativos da gema do Peru (no bom sentido, é claro), prefiro apostar nela.

Enfim, existem várias receitas de frango grelhado, mas esta é à Criolla, um tipo de comida mais pesada e gostosa tipicamente peruana, pelo o que entendi. Você vai precisar de alguns ingredientes que não são tão comuns, tipo umas pimentas que só vendem no Mercado Livre, mas é de boa de comprar e tal.

Pra preparar o Frango Grelhado à Criolla começa simples, bastando deixar o frango dormindo de um dia para o outro mergulhado em um recipiente com água e sal. Por exemplo, se o teu frango pesa 1,7 kg, deixe-o mergulhado em uma bacia ou panela grande com água e 1 kg de sal. No dia seguinte, você vai retirar o frango da água salgada e arrumar outro recipiente, tipo uma tigela, e preparar o tempero, um molho composto de:

  • 4 colheres de chá de alho moído;
  • Quatro cebolas brancas batidas no processador ou liquidificador com um pouco de água;
  • 4 colheres de chá de pimenta;
  • 4 pimentas vermelhas Aji Panca sem tempero;
  • 1 colher de chá de cominho;
  • 4 colheres de chá de vinagre branco ou vinho branco;
  • 8 colheres de chá de cerveja preta;
  • 1 colher de chá de orégano seco
  • 1 colher de chá de alecrim;
  • 1 colher de sopa de pão moído, o que dará corpo ao molho fará ele pegar bem no frango;
  • 2 colheres de óleo.

Misture tudo e comece a lambuzar ou pincelar o frango bastante, por fora e por dentro, com o molho para temperar. Se você preferir, pode também adicionar 1 colher de chá de pimenta achiote moída ou em molho e páprica doce, para dar uma cor. Deixe o frango por uns 20 minutos para macerar bastante antes de começar a grelhar, o que pode ser feito na brasa, numa grelha e até em alguma fritadeira a vapor.

Dá para fazer também de um modo rápido, deixando o frango na água salgada por uns 20 minutos com água e sal e salgar o molho a gosto. Note que se você deixar o frango mergulhado de um dia para o outro, você não deve colocar mais sal no molho, se não, o bagulho vai ficar insuportável de tão salgado e perigoso para a saúde.

Agora, tem o molho para acompanhar o frango, depois de pronto:

  • 1 xícara de Aji Amarilo (outra pimenta);
  • 4 colheres de sopa de maionese;
  • 4 colheres de sopa de huacatay liquefeito;
  • Sal a gosto;
  • 1 colher de chá de alho moído;
  • Misturar bem.

Bom, tem o vídeo do preparo também, mas eu ainda não o editei. Assim que tiver pronto, atualizo aqui.

Cobra Kai, a série que continua The Karatê Kid 30 anos depois

Vou deixar aqui uma pequena resenha do Cobra Kai, a série que continua The Karatê Kid e estreou no dia 2 de maio de 2018 no YouTube Red, o serviço de streaming desta plataforma de vídeos, 34 anos depois do original. O review foi feito baseado na primeira temporada da série.

Criada por Robert Mark Kamen (o mesmo escritor dos três primeiros filmes da franquia) e contando com pelo menos três atores originais, Cobra Kai conta os eventos que decorrem depois que Johnny Lawrence (William Zabka) reabre o antigo dojo de caratê Cobra Kai, levando à retomada da sua antiga rivalidade com Daniel LaRusso (Ralph Macchio). A série, que já garantiu a renovação para sua segunda temporada, foi o assunto do sexto vídeo do nosso Cine Clube Bolonha de Cinema:

Como fundo do vídeo, temos o Doom II junto com alguns mods para ilustrar tudo. Esta partida será continuada no Cine Clube Bolonha de Cinema 7. Obtenha os links para download e mais informações destes mods aqui.

The Karatê Kid, o filme original

Para quem não conhece, Karatê Kid é um filme de artes marciais e drama lançado em 1984 que conta a história de Daniel LaRusso, um jovem que se muda para outra cidade e começa a sofrer bullying de Jonnhy Lawrence, um praticante de caratê de um dojo comandado por um sensei sociopata, Kreese. Um dia, quando cercado pelos amigos de Johnny, ele é salvo pelo Sr. Miyagi, um veterano japonês da Segunda Guerra Mundial que também era um experiente mestre de caratê. Desejoso de aprender os segredos desta arte marcial, até mesmo para se defender, Daniel convence Miyagui a lhe dar aulas cujos ensinamentos não apenas o fazem derrotar Johnny no campeonato, mas acabam por transformar-se em lições de vida.

Bastante popular na época e icônico, apesar de algumas cafonices que são zuadas até hoje, o filme foi dirigido por John G. Avildsen, escrito por Robert Mark Kamen e estrelado por Ralph Macchio, Noriyuki “Pat” Morita, Elisabeth Shue, William Zabka e Martin Kove (o Ericson, do Rambo II). Assim como o sucesso anterior de Avildsen, Rocky (1976), é uma história underdog, inclusive com a trilha sonora sendo de autoria do mesmo compositor deste grande clássico, Bill Conti. The Karatê Kid rendeu três sequências The Karate Kid Part II (1986), The Karate Kid Part III (1989) e The Next Karate Kid (1994) e um remake em 2010 com o Jackie Chan.

Resenha

Enfim, como já liberaram os 10 primeiros episódios, estilo o que fazem com algumas séries do Neflix tipo Stranger Things, já assisti tudo e posso garantir que a série não tem nenhuma espécie de lacração nem forçação de politicamente correto, pelo menos nesta primeira temporada. Pelo contrário, tem umas tiradas histericamente engraçadas. especialmente envolvendo Johnny, protagonista do Cobra Kai que é quase uma mistura de Al Bundy (Married… with Children) e Sledge Hammer (do seriado homônimo), sem medo de falar o que pensa, não liga para modismos e muito menos frescuras.

Aliás, a série foca mais em Johnny do que no Daniel, embora os dois sejam definitivamente os principais em Cobra Kai, mostrando o drama pessoal do primeiro ao lidar com os novos desafios, seu passado e seus demônios pessoais. Também mostra o lado obscuro de Daniel, que também parece não ter exatamente superado o rancor de Johnny por ter sido cobaia dele na época da escola.

É curioso como os papéis se invertem em sentidos praticamente opostos em Cobra Kai. Enquanto Johnny era o playboy valentão da escola, sendo “do mal”, Daniel era socialmente excluído, visto como fracassado e o mocinho da história. Já na série, Johnny tem o mesmo carro que tinha no segundo grau (no estilo Al Bundy) e passa por dificuldades financeiras (estilo Al Bundy), ao passo que Daniel é bem sucedido, dono de uma lucrativa concessionária e pai de uma família bem estruturada com uma bela esposa e um casal de filhos. Também, na medida em que Johnny não apenas tem o desejo de superar as adversidades e corrigir erros do passado, mas também de ajudar as pessoas ao seu redor (ensinando Caratê pros moleques enfiarem a porrada nos valentões da escola, por exemplo), fica evidente que ele é, no fundo, um sujeito de boa índole. Já Daniel, que seria aquele rapaz simples e injustiçado, começa a série esfregando seu sucesso na cara do antigo rival como forma de se mostrar superior, e ainda dissimulando isso sob uma máscara de bem feitor, deixando também transparecer seus defeitos e inclinações ruins. Dito isso, eu não diria que Daniel seria exatamente o antagonista do Cobra Kai (embora dizer o contrário esteja virando meme). Ele não é um mau sujeito, só não é nenhum santo. Ou seja, os dois velhos rivais são homens comuns que tentam fazer o bem a sua maneira, mas cometem erros quando se deixam levar pela natureza corrompida do ser humano.

Outra coisa é que você não deve esperar muita ação e porrada em Cobra Kai. Tem ação e porrada, como no primeiro filme, mas, como no primeiro filme, isto não é exatamente o foco. A primeira temporada se concentra mais na dinâmica que eu tentei descrever no parágrafo anterior, sendo mais um drama com tema de artes marciais do que uma série de pancadaria propriamente dita, o que também não significa que seja melodramática, como novela mexicana ou essas coisas de bazingueiro tipo Arrow cheias de choradeira e frescura. Pelo contrário e como já dito, Cobra Kai apresenta muitos elementos cômicos e quase nada de enrolação.

Embora nada no nível de um filme do Boyka ou um Ong Bak, e não muito frequentes, as cenas de artes marciais são legaizinhas e bem decentes, embora tenham algumas coisas que até eu que não sou praticante de caratê posso dizer que são meio forçadas. Não creio que nesta arte marcial, alunos com poucos meses de treino viram faixas-pretas. Também, não me parece verossímil que num campeonato oficial seja permitido lutar de óculos, sem distinção de categoria e podendo transformar as lutas em algo parecido com roda de capoeira. De qualquer maneira, isto não destoa muito do Karatê Kid que não primava muito pela técnica neste quesito. Inclusive, o ator que interpretou o grande sensei Sr. Miyagi, o finado Pat Moritta, nunca tinha praticado caratê antes na vida, diga-se de passagem.

O elenco, além dos atores originais, promove personagens cativantes. Tem alguns clichês, mas notei que praticamente todos os principais são explorados na  medida certa, apenas no necessário para contribuir pro enredo primário. Ou seja, sem descambar para choradeira e palhaçada pra encher linguiça.

Outro ponto que vale a pena citar é a nostalgia. Cobra Kai tem diversas referências ao filme de 1984 e outros elementos retrô, mas não é nada exagerado nem piegas. Pelo contrário, é tudo usado com parcimônia e dentro de um contexto, nada que agradaria esses hipsters de merda metidos a old school.

Enfim, o Facínora recomenda a série Cobra Kai. Pelo menos a primeira temporada dá para falar com segurança. Vale a pena assistir antes que fique muito famosa e comecem a encher o saco falando dela toda hora, o que acaba dando dando birra na gente.

Trailer

Saiba mais

Como fundo do vídeo do Cine Clube Bolonha de Cinema 6, eu joguei o Doom II (GZDoom) com os seguintes mods: Combined Arms, Brother in Arms, Brutal Doom Monsters Only e Maps of Chaos. Como eu já disse, esta partida será continuada no Cine Clube Bolonha de Cinema 7.